13.9.07
Foo Fighters: nada mais a perder
Até tentei entrar em contato com o mui ocupado Diego, mas os contratempos loucos da vida na metrópole impediram que eu fizesse ao rapaz a pergunta que não quer calar: será que ele, fã número um de Dave Grohl, teria ficado de quatro pelo novo álbum do Foo Fighters?
Desde ontem, o disco já deve ter sido testado por mais gente que o público de Tropa de Elite. Oficialmente, ainda nem passei perto dele. Mas já posso adiantar: a nova dobradinha entre Gil Norton (produtor de The Colour & The Shape, o mais saboroso da banda, meu preferido coisa e tal) e o incansável Grohl talvez tenha rendido o álbum mais ambicioso do Foo Fighters - e também o mais perigosamente próximo daquilo que, há alguns anos, chamavam de soft rock.
Sabe The Eagles? Sabe Chicago? Pois bem. Às vezes, em alguns momentos soltos aqui e ali, o novo Foo Fighters estica os braços para alcançar uma espécie de "profissionalismo clean" - com violões dedilhados, solos de guitarra blueseiros, faixas instrumentais introspectivas e o diabo a quatro - que não tem nada, nada a ver com a espontaneidade quase tosca que Grohl colocou em prática na estréia do grupo (de 1994), ainda à sombra do Nirvana.
Tudo isso representa, de qualquer forma, uma vontade de não ficar parado feito poste, de arriscar. Ainda que a idéia dele de sofisticação pareça ser começar uma canção com um, er, violão dedilhado e depois transformar essa mesma melodia em um solo de guitarra apoteótico. Paciência.
Ouvi muito pouco (ainda que não oficialmente, repito) o Echoes, Silence, Patience & Grace para tirar alguma conclusão digna de nota, mas dá a impressão de que Grohl pegou o álbum duplo In Your Honor, juntou o disco acústico com o disco "pesado" (às vezes numa mesma faixa) e deu no que deu.
Até a terceira música, porém, fica uma grande, incontornável questão: por que, nesta maré de shows internacionais de fim de ano, ninguém cogitou chamar o Foo Fighters para dar um pulo até aqui? Eu, que nem curto muito o disco, cairia no choro durante Erase/replace e Let it die.
Levantar estádios? O álbum novo oferece mais três ou quatro argumentos de que, nesse ramo, Grohl ainda é rei.
Ouça! The pretender, no MySpace.
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3 comentários:
concordo plenamente que o grohl ainda consegue fazer músicas que levantam estádios. the pretender é incrivelmente grudenta. aliás, as 4 primeiras faixas do disco são ótimas, mas depois as coisas caem consideravelmente e só se recuperam la no final com statues e but honestly.
mas acho um disco bom, melhor que o anterior, que morreu na pretensão de ser um mellon collie and the infinite sadness.
Também prefiro esse disco ao anterior. Mas acho que eles estão seguindo um caminho perigoso, daqui a pouco vira banda pra papais e vovôs.
Ouvi uma vez e não gostei não. O Dave tem que parar de ouvir Led e voltar a ouvir Ween.
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