6.9.07

The best thing that you've ever had

"Vou tocar agora uma música que não foi escrita no meu idioma, nem no de vocês, mas que eu gostaria muito de ter escrito. Infelizmente, não escrevi."

Foi assim, e em espanhol, que o uruguaio Jorge Drexler apresentou agora há pouco aqui em Brasília uma versão voz-e-violão para High and dry, do Radiohead. Por pouco não perdi esse belo show, no CCBB, por um projeto que une artistas brasileiros com convidados de países vizinhos. Parece que se chama Mercosul Musical, algo assim.

No encontro, Drexler topou com Arnaldo Antunes e com Paulinho Moska. O terceiro, aliás, só parecia estar em cena como uma espécie de elemento cômico. Tentou tocar a música de abertura (sobre, obviamente, a América Latina), tropeçou na letra e teve que começar de novo. Quando recebeu Drexler, trocou um refrão por outro e... Certo, levamos todos na esportiva.

Drexler faz macias canções de amor a partir de Lavoisier. Arnaldo é concretista perdido na selva do pop. O encontro dos dois não me pareceu imediatamente interessante, mas faz todo sentido.

Mas voltando ao Radiohead. Um amigo, que também viu o show, saiu do teatro desesperado atrás de um disco do Drexler só por causa da versão à milonga para High and dry. Era tarde e as lojas estavam fechadas. Ele então correu para a casa de uma amiga dele e, desesperado, conseguiu gravar o CD.

Caso de vida ou morte. Em homenagem ao sujeito à beira do abismo, aí vai um vídeo com a interpretação de Drexler para a canção mais triste do mundo (em uma versão tosca registrada de um pocket show na FNAC de Valencia por um sujeito que sairia muito bem como câmera do Paul Greengrass).

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